sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Sarau à beira do Rio




É porque tudo na vida tem um senão, compreendes? Principalmente a felicidade. Existe sempre um preço a pagar, um pacto a fazer. O nosso talvez seja esse. Simplesmente vamos deixar as coisas acontecerem. Senta-te ao meu lado e vê o rio correr... Vamos fluir com ele, por mais que a nossa foz seja breve. Olha lá a frente: vês o barco de papel que libertamos sobre a água? ainda não afundou. E isso, no fundo... bem... são sinais. É a esperança que não desagua, nem transborda. Flui, escorre. Tão calma como as águas deste rio as coisas acontecerão, se tiverem que acontecer. A grande verdade é que todos têm o seu fardo por carregar, a sua sina. Agora, não fales mais - sussurro-te no ouvido : senta-te ao meu lado; deita a tua cabeça no meu ombro; abraça-me, e vê o rio a correr. Agora mais nada interessa: sortes à ventura! Esquece os medos. Permanece em silêncio... Eu também vou me calar, pois existem conversas que são em silêncio.