quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Dia 25 de Outubro de 2008

Ilha do Faial, nove horas da manhã. O despertador estava programado para às oito horas, para não haver atrasos e mais ou menos cumprir o programado. Mas não aconteceu. Nove horas da manhã ainda estava eu dormindo, sendo que o meu primeiro compromisso naquele longo dia seria às dez da manhã...
Finalmente uma voz resolve acordar-me, exclamando que já estou atrasado. Era minha mãe. Num repentino salto, empurro os lençois e levanto-me rapidamente daquela cama, procurando no guarda-fatos, que estava literalmente um caos, peças de roupa para sair de casa!
Enfim, vestia-me à pressa, corria para lá e para cá procurando o meu saco para dar aquela vista de olhos a fim de verificar que não falta nada, a puxar as calças para cima, dirigia-me à casa de banho para fazer a minha higiene pessoal. Em dez minutos estava pronto!
Aliviado, pois até tinha sido rápido, fui em direção à cozinha, para por algo no estómago, que já roncava de fome! Não havia nada no armário para se comer!
Todavia não era só eu que estava atrasado e com fome. Meu irmão mais novo também estava. Meu irmão pediu dinheiro à mãe , e foi até à bomba de gasolina, pois era o local mais próximo de nossa casa onde havia pão, bolacha, enfim, qualquer coisa de comer. Num instante comemos e apanhámos um taxi.
Antes do meu compromisso das dez, tinha que ir buscar adereços para o compromisso do meio-dia. Então lá fui eu rapidamente buscar tudo pois tinha amigos à espera para irmos juntos. O combinado era às nove e meia à frente dos correios. Já era um quarto para às dez e eu ainda estava à procura dos tais adereços. Paula, uma amiga, estava a ligar-me pela enésima vez para saber onde eu estava, pois já estava farta de esperar! Estava com Ana, também uma amiga. Encontrei tudo o que tinha que levar e fui rapidamente até ao local de encontro. Paua e Ana tinham uma colcha de retalhos embaixo dos braços. Era adereços para a peça de teatro. Sim, íamos apresentar uma peça. Ivo, nosso outro amigo já estava impaciente, pois nunca mais chegavamos ao local combinado com ele . Eu, Ana e Paula rapidamente nos dirigíamos até o local de encontro combinado com Ivo, relembrando o dia de ontem, que demos uma volta no fim do ensaio, e foi todo o passeio a rir. Rir sem motivo, mas rir às gargalhadas.
Já passados uns dez minutos encontramos o nosso amigo, impaciente, e até um pouco chateado, mas enquanto relembrávamos o dia de ontem juntos, ele também entrou na risada.
Lá chegamos à escola, passado três minutos das dez horas. Encontramos o resto do grupo o professor... Enfim, preparamos tudo para a hora da actuação.
Chegou a hora da actuação. O som da primeira musica da peça não funcionava. Quando era preciso fechar as cortinas estas ñão fechavam. Mas, a actuação correu bem e, na minha opinião, acho que o público gostou.
Meus amigos convidaram-me para almoçar. Almoçariam todos juntos. Mas eu não podia. Tinha actuação às duas horas e meia e tinha que almoçar com o grupo de hip-hop e ajudar a preparar toda gente para a actuação. Sim, também ia actuar com o grupo de hip-hop no mesmo dia.
Tinha deixado minha roupa para o hip-hop dentro dos camarins, e trancaram tudo lá. Nignuém conseguia a chave para abrir. Finalmente o "Super Rodrigo", conseguiu saltar da galeria do anfiteatro e pelo palco entrou e buscou nossas roupas. Rodrigo é um colega do teatro e do hip-hop. Tudo resolvido, fomos actuar.
A actuação foi muito boa, não houve muitos erros e a professora estava contente. Logo que terminou rapidamente dirigi-me para o anfiteatro novamente para apresentar a peça de novo. Desta vez a primeira música funcionava e as cortinas abriam e fechavam! Até correu melhor a apresentação...
Como não tinha almoçado com a Paula, com a Ana e com o Ivo, sugeri irmos dar uma volta. Todos gostaram da ideia, mas Paula não podia, pois tinha avisado os pais que chegaria à casa às quatro horas e meia. O Ivo insistiu, eu insisti, a Ana insistiu, mas nada da Paula concordar de ir dar uma volta . Era só pedir aos pais! Que nada, ela não pediu. Ficamos sentados à frente da casa da Paula pelo menos uma hora (ou mais), a conversar, a rir e a comer fritos. Paula tinha que ir embora, então eu, Ana e Ivo decidimos ir dar uma volta.
Foi um passeio em grande! O que mais fizemos? Rimos...Ainda não percebo o motivo, mas ríamos por tudo e por nada , era impressionante! Tirámos "Acne à parede", vimos montras (enquanto víamos montras, Ana dava cabeçadas valentes nos vidros das montras de tanto rir), enfim, divertimo-nos. O passeio havia começado entre às cinco e as seis horas. Sete e meia Ana disse que já tinha que ir embora. Ana era vizinha de Paula. E como nossas despedidas eram em grande e Ivo ia viajar no outro dia, chamámos Paula e conversamos mais meia hora... Já estava a escurecer, e estava frio. Normalmente eu e Ivo íamos sempre juntos, pois nosso caminho para casa era o mesmo. Mas nesse dia tinha combinado de Ajudar minha irmã a limpar a igreja e disse ao Ivo que hoje ele faria aquele caminho sozinho! Então despedimo-nos e cada um foi para seu caminho. Ainda ficamos a trocar sms do tipo " Ah, passei por um jogador do SCH", ou " Porcaria de bichos morderam-me as pernas todas!", ou ainda "Ah, usei-te como desculpa para ter chegado tão tarde aqui à igreja para ajudar minha irmã! Disse que foi tua culpa!", enfim sms a transbordar ainda aquela alegria da tarde bem passada!
Não ajudei minha irmã em nada pois quando lá cheguei já estava tudo limpo, pois meu pai e meu irmão foram ajudar a minha irmã.
Ainda tinha uma actuação de hip-hop às onze horas da noite. Estava estafado, mas tinha que ir!
Durante a actuação fiz uma ruptura muscular na perna direita mas não senti tantas dores no momento. Só no outro dia é que começou a doer!
Foi um dia fantástico, passado ao lado de pessoas fantásticas, a fazer coisas fantásticas. Acho que será impossível esquece-lo! Esse dia foi capaz de me mostrar que a felicidade existe! Só temos de procura-la no que realmente é bom. Coisas boas e simples. "Umas das coisas que é sinal que estamos aprendendo o CARPE DIEM correctamente é que estamosa deixar que as coisas simples tenham um valor maior do que os problemas do quotidiano..."
Vamos ser felizes, dando maior valor a simples dias como o dia 25 de Outubro de 2008, do que aos problemas do quotidiano.