segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Espelho

Não mudei, nem mudarei.

Nem que tudo mude, se revolte.

E revire do avesso, contrarie as leis da física,

E da metafísica.

Eu sou eu. Sempre fui e sempre serei.

O sangue que corre nas minhas veias é vermelho.

O sangue que corre nas minhas veias é da cor do teu.

Não me peças para ser aquilo que não sou.

Porque eu não serei.

Se desejas o meu coração

Dessa forma louca e desesperada como dizes

Se pretendes avassalar a minha vida

Assim, com esse teu jeito de ser.

Deixa que eu seja eu, e aceita.

E, um dia… Um dia

Entregar-te-ei o meu coração

Um dia.

domingo, 26 de setembro de 2010

Pourtant

Ingénuos sentimentos sentidos para alguém que não existe, ainda. Loucura, eu sei. Já te amo sem existires…Desejo-te a todo instante. É como se me fizesses corar com as palavras doces e as promessas de amor, que ainda não fizeste… É como se, quando fechasse os olhos, sentisse a tua respiração fundir-se com a minha respiração. E de seguida, é como se sentisse os teus lábios a tocarem nos meus. E, quase como que automático, entrelaças os teus braços fortes à minha volta e envolves-me de tal forma que me fazes por instantes pensar que somos um só… Eu sorrio enquanto os teus lábios tocam nos meus. Sinto-me confortável entre os teus braços. E o som de La Vie En Rose ressoa no momento, como se realmente a música estivesse a tocar. Parece fantástico, o que a química entre duas pessoas pode fazer, assim, do nada… É que é mágico duas pessoas ouvirem a mesma música, sem realmente estar a tocar essa música. Utópico!

Mas…É que, realmente a música está a tocar. E quando abri os olhos tu não estavas aqui. Deixei-me ir pela imaginação e adormeci nos meus sonhos e, por instantes, vivi. Vivi como se aqui estivesses. Mas não estás. Ainda.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Les mots en vain que vous me dire (pourquoi?) Ne parle plus!

E todas aquelas coisas lindas tu que me disseste ontem, aquelas de quanto tu me amavas e de que eu era o único, eu apaguei, meu anjo. Apaguei. Como o sal, atirei-as ao mar e elas desfizeram-se. Evaporaram. Tudo o que me disseste eu queimei na lareira, enquanto chorava. Cartas de amor, de promessas mil. Mentiras tuas, nas quais eu acreditei. Pois tudo não passava de palavras ao vento, sopradas numa intensidade de furacão perturbador, atordoante. Um tudo que foi tudo e que agora... Agora, já não é nada. Apenas ilusão. Utopia!

Doeu, mas já não dói. Sofri, mas já não sofro...

Um tudo que foi tudo. E que agora não é nada.

Adeus, meu anjo. Vá em paz! E não mintas. Nunca.

Sem rancores, nem mágoa. Apenas... amigos.

"As palavras, meu amor, estão gastas, e o que ficou não chega para afastar o frio entre quatro paredes...Ouvir