terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A Fábula dos Leões


Não, eu não! A não ser que queiras, mas eu não! Uma gazela perdida na savana é a presa de dois leões famintos, ambos a correrem na sua direcção. Um dos leões não quer lutar, mas também não desistirá. O outro tem a mente codificada, nada se sabe quanto ao que cogita, se... Mas, por favor, não o queiras, nem o faças. Quer-me a mim que te quero tanto e não te farei sofrer. Não o faças. E seguem, numa corrida incessante, sem pausas. Os leões riscam-se com olhares, esforçam-se, mas... Chegarão em simultâneo, certamente. Ambos correm na mesma velocidade, com a mesma intensidade, o mesmo vigor. Pelo que parece, a contenda se findará com a morte de um leão. Estão ambos próximos do alvo, e lutam ferozmente pela gazela que corre, desnorteada. Só que... Quero, anseio, desejo. Faço tudo. O teu desejo mais insano eu realizaria. Excentricidade. Pede: Eu faço. Mato, morro, roubo, fujo, escondo, luto, choro, sorrio, finjo, desisto, insisto, existo, faço, aconteço... Uma coisa é certa: o ódio será derramado. A dor será sentida, a tristeza existirá . Um será derrotado, ou abrirá mão (impossível). É veredicto que o pacto fizeste e deves honrar com a tua palavra. Mas... Não quero que o faças, triste. Por mim, sabes que não... Mas se quiseres, eu aceitarei, respeitarei, com alguma tristeza, dor, angústia. Porventura suportarei? Guerrilhas, são. Eu te amo.