sábado, 22 de outubro de 2011

Les Heureux


São momentos de tédio e total desconforto que me fazem sentir bem. A dor é boa. O sofrimento não chega a ser tão doloroso assim. A tortura traz prazer e a submissão a vontade de dizer "quero mais". Está tudo dominado, mas o meu eu não tem domínio algum sobre a pessoa que sou. O corpo é redimido, entregue, redento. Nada me pertence. É contraditório, até um pouco inexplicável... Mas o sofrer traz paz. O físico é tornado em objecto de pura diversão, de puro prazer... E satisfaz-se o interior. Quiçá espiritual? É que tudo é feito com esse alvo, com esse propósito e para esse fim: Satisfação.

É facto que o destino é sempre igual. Todos têm um fim e uma finalidade. Nascemos para morrer, essa é a verdade. Contudo, devemos simplesmente viver essa vida? Devemos simplesmente seguir em frente? É essa vida uma simples passagem? E aquilo pelo qual todos almejam, todos buscam? Aquela palavrinha bonitinha... Como é mesmo???

FELICIDADE. Qual é a sua?

Cada um trilha e ladrilha o seu caminho da sua própria forma. Constrói a sua felicidade. Pois no fim, todos olhamos para trás, com erros, acertos, defeitos, tristezas e alegrias e chegamos a dizer "fui feliz". Isso do padrão ser "o caminho" é subjectivo... Eu não sou igual a todo o mundo. "Sois vós eu, meu espírito, minha carne ferida em putrefacção?"

Não... Nós não somos o mesmo. Não sou assim porque todos os são. Cada curso de rio é diferente. Pois se dois rios tivessem o mesmo curso, não seriam dois, mas sim um. Porventura correm dois rios no mesmo curso?

É subjectivo. É pessoal. É genuíno. A auto-satisfação traz a felicidade. Ninguém pode te dizer como ser feliz. Não foste feito em série para viver em padrão, numa rotina comum a todos os seres humanos. A satisfação e a felicidade só dependem de nós mesmos. Cada um com a sua. Por favor não tentem determinar "o que", "quem", ou "porquê" eu sou. Eu sei o que me faz feliz. Sabes tu, o que te faz feliz? Busca a tua essência e o teu propósito e simpesmente acrescente construtivamente os sonhos dos outros. Eu sou e tu és. Nós somos matéria. Mas nós não somos o mesmo espírito.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Winds of changes! And now is over.


Antes mesmo de o seres já o és. Aqui, dentro do meu sofrido e frígido coração. Eu menti para todos... E comecei a acreditar na falsa história de que o amor não era só um sonho meu. Acreditei piamente na história descabida de que me amavas também. Eras só meu, e eu só teu, e que puro e sincero era o nosso amor. Eu vivia isso como se fosse verdade.

Mas não não era. Contigo um mais um não eram, não são nem nunca seriam dois. O que interessava eram os teus prazeres, as tuas vontades. As tuas satisfações eram a prioridade e eu, bem, eu que me resolvesse. Afinal de contas, a mão serve para alguma coisa.

É o fim. Não vou (digo, não quero, porque não mandamos em nós, quem manda é o que chamamos de coração) mais procurar-te. Fazes parte de um passado do qual eu não quero mais saber. Um livro escrito (mais rabiscado, na verdade), cheio de emendas e consertos, erros e desacertos. Não quero mais procurar-te.

Não és. Foste. Hoje, antes de seres, já és para mim. Simples poeira do espaço, não é mesmo? Poeira.

Não me procures mais. E se algum dia procurares, sou a poeira que o vento soprou e dissipou pelo ar. Despersonificado estou e para ti não sou (nem quero ser) nada.


quarta-feira, 12 de outubro de 2011

The Deep End




E tal como de uma semente desabrocha uma flor, do coração surge novamente a vontade de escrever. É que inexplicavelmente o rio que outrora inundou a costa e fez estragos, destruiu princípios e objectivos de uns olhos focados no não se sabe o que, mas focados... Esse rio voltou a correr no seu leito. Os olhos voltaram a brilhar e o suspirar ofegante soa a esperança. Os estragos e erros não foram capazes de desconsertar toda a essência e o essencial de quem é realmente de boa índole. A vontade de ser não se foi. O princípio do amar-se manteve-se... E amar-se é muito mais do que se pensava.

O sonho voltou. O príncipe encantado chegará, eu sei. Não é preciso correr de bosque em bosque em busca dele. Ao seu tempo ele chegará.

Não se tenta chegar ao fim, antes mesmo do fim chegar. Por vezes queremos antecipa-lo, em busca de sermos felizes, ou então de nos livrarmos das tristezas... Mas só no fim é que o fim se findará.

Obrigado, por mostrares que o mar é onde deságua o rio. O profundo e grandioso mar é o verdadeiro fim.

"Pour réaliser une chose vraiment extraordinaire, commencez par la rêver. Ensuite, réveillez-vous calmement et allez d'un trait jusqu'au bout de votre rêve sans jamais vous laisser décourager." Walt Disney

quinta-feira, 17 de março de 2011

A Boneca Pin-Up Faz Anos


E do nada, há gente que entra na vida da gente, sem razão, sem motivo, por coincidência absurda. E permanece. Preenche um lugar no nosso coração, proporcionando verdadeiro júbilo e regozijo da alma. Faz um sorriso brotar nas nossas faces, involuntariamente. Faz surgir um suspiro de alegria. Faz nascer na mente, ou na alma, ou no coração (onde quisermos, na verdade), um sentimento de felicidade, inexplicável. Faz crescer a certeza sobre o CARPE DIEM, e a sua veracidade. Faz crescer a certeza de que anjos existem. Faz crescer a certeza de que os momentos mágicos são possíveis, quando conseguimos enxergar a sua exclusividade. Porque cada momento é único, especial.

O dinheiro não paga. O ouro não compra. Nem por pactos pela vida eterna eu trocaria essa vida efémera, que um dia se findará. Foi nessa vida efémera onde eu te conheci, amiga. Aqui vivemos momentos únicos, que, na verdade ficaram na história: na nossa história.

Hoje é um dia importante para você. Puro simbolismo, de facto. Capitalismo, na verdade. Contudo é o seu dia. Será esse único, mágico, especial, exclusivo?

Sim, será. Porque cada momento é único, especial.

E eu, certamente quero dividir esse dia com você.

CARPE DIEM! E eu vou junto! Feliz Aniversário.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Gladiar


Eu hei-de arcar com as consequências. Derramar as lágrimas de sangue da dor que me fizeste sentir. Mas por mim mesmo. Sem ajudas, nem apoios. Cadeiras de rodas são para aleijados. E muletas também. Eu só quero... quero... tentar. Por mais que seja em vão, deixem-me tentar. Eu sei que vai doer, e que vou magoar-me outra vez. Mas eu quero.

P.E.R.S.E.V.E.R.A.N.Ç.A! Aprendi assim. Garras afiadas, olhos nos olhos, adrenalina ao rubro, reflexos no máximo. Vontade de lutar. Cair. Levantar. Dar.Levar. Sangue. Guerra. Amor.

Ódio? Só de mim mesmo. Só de mim mesmo por ser assim, e ter aprendido assim. Ah, quem me dera se tudo fosse diferente. Luto em vão. Nunca valerá a pena. Mas luto, pela minhas próprias mãos. E se eu errar. Culpem-me. Eu não vos culpo. Eu quis assim.

Mas se eu vencer, aplaudam-me, rejubilem a minha vitória! Foi pelas minhas mãos, meus encorajamentos.

Se valerá a pena? Nada é por acaso. Se eu quero, larguem as amarras. Nem tudo precisa de razão.

sábado, 29 de janeiro de 2011

A Fidelidade do Castro


E a fidelidade do Castro me fez ver que a amizade verdadeira é possível. Depois daquele tiro no calcanhar, daquela flecha atravessando o meu tendão, eu não queria acreditar mais nisso. Sem oportunismos, interesses, a amizade verdadeira ainda existe! Em sã, ou insánea consciência, és aquele que não deixas a fidelidade findar. És aquele que de amigo posso chamar. Não foram nem uma, nem duas atitudes que me levaram a construir esse ideal sobre ti na minha cabeça... Foi um acumular de bons actos. Defeitos? Bem, qualquer um de nós tem. E se não tivesse, as coisas não seriam como são...
São as nossas loucuras, viagens, risadas, medos e perdições. Salas de Espelhos, ou então onde São Pedro de Alcântara é o padroeiro. Que a fidelidade do Fiel amigo Castro nunca me falte. É o meu desejo. Sem interesses maiores, apenas fidelidade. Nada mais interessa.

Obrigado, amigo.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Sarau à beira do Rio




É porque tudo na vida tem um senão, compreendes? Principalmente a felicidade. Existe sempre um preço a pagar, um pacto a fazer. O nosso talvez seja esse. Simplesmente vamos deixar as coisas acontecerem. Senta-te ao meu lado e vê o rio correr... Vamos fluir com ele, por mais que a nossa foz seja breve. Olha lá a frente: vês o barco de papel que libertamos sobre a água? ainda não afundou. E isso, no fundo... bem... são sinais. É a esperança que não desagua, nem transborda. Flui, escorre. Tão calma como as águas deste rio as coisas acontecerão, se tiverem que acontecer. A grande verdade é que todos têm o seu fardo por carregar, a sua sina. Agora, não fales mais - sussurro-te no ouvido : senta-te ao meu lado; deita a tua cabeça no meu ombro; abraça-me, e vê o rio a correr. Agora mais nada interessa: sortes à ventura! Esquece os medos. Permanece em silêncio... Eu também vou me calar, pois existem conversas que são em silêncio.