Era uma vez um tempo mágico, em que, outrora, eu vivia. Um tempo encantado, cujas cores eram vívidas e alegres… Um tempo encantado, cuja dor eu não sabia o que significava… Saudade, medo, arrependimento, sabedoria. O que era isso? Isso existia…? Suspiro ao recordar aquilo que já vivi… O tocar as estrelas, o dançar com as flores, o correr livre pelos pastos verdejantes… Tempos encantados de inocência, que não voltam atrás…
Lembras-te de quando eu deitava em teu colo e pedia para me contares histórias de príncipes e princesas, onde tudo era belo e findava sempre com o ilusório “E viveram felizes para sempre”? Tempos de quimeras mil, onde um olhar cúmplice planeava uma nova traquinice… Pura inocência, inocuidade! Tempo em que ao deitar-me na relva fresca e ao olhar para o lençol azul, lá em cima, bem longe, esticado, onde corações de algodão doce dançavam desbragadamente, eu voltava a viver…
Rio-me sozinho quando lembro da discussão desenfreada do cravo e da rosa, debaixo da sacada, de onde o cravo saiu ferido e a rosa despedaçada… Mas depois sempre acabava bem. Lembras-te?
Ah, se o tempo voltasse…
Quem dera a mim poder voltar a viver esses lindos quadros pintados na minha “cachola”. Hoje são apenas memórias de um tempo vivido, utopias passadas, que mesmo que a alma fosse pequena, valeria a pena!
Obrigado, por ter me dado cada segundo de respirar nesse mundo perdido e sem cor. Meu desejo agora, é de que enquanto eu viver eu possa pintá-lo, todos os dias… Pintá-lo com muitas cores, muitos sonhos, muita alegria! Que Cada dia eu possa acrescentar um pequenino pormenor, que ninguém, só um perito grande observador pode identificar.
Feliz Aniversário!